Impressões de um fraco

>> 3 de mai. de 2012


Fez desse momento uma jura só sua. Seu instante com quem o criou.
Isso, assim isolado no quarto, tentou escuta-lo, percebe-lo minimamente. Parou, respirou fundo. Lentamente. Fundo. Tentou se enxergar. Longa pausa em sua cabeça.
Seu gato não entende, procura saber o que há. Tá tudo bem? Parece perguntar. Acho que sim, que está, pensou responder. Em algum momento, esqueceu de sí, de quem era, de como era forte, de como tinha fé... Até de como a sorte sempre o acompanhara, discreta.
Agora são dois os gatos a se preocuparem com ele. Rondando, carinhosos, observam seu dono. Ele no quarto, só. Ele, sua respiração e a preocupação de seus gatos. Fechou os olhos, respirou fundo novamente... duas, três vezes.
A chuva fina respinga suas águas na vidraça fria. Fechou os olhos para ouvir. Sim, ainda tem força, fé e sorte suficientes para seguir verdadeiro consigo mesmo... a ponto de querer ser feliz e concluir que isso é permitido mesmo a ele, um perdedor. Finalmente consegue sentir uma presença maior, dentro de seu menor poro.
Então já era ele, seus gatos e a presença maior naquele quarto de janela molhada.

Com a sinceridade do último pedido, de um único desejo, pediu para seguir sem se distrair demais ou se desanimar além de um breve momento. Seguir para conseguir. Prosperidade, a linguagem do mundo. Queria aprender a falar.


Contar isso é como chegar a você a sós e ter a certeza do seu sorriso.
Faltava apenas a música e o cheiro. Retorno da vibração, presença absoluta.
A clara e tranquila certeza da conquista do que já era meu desde sempre.

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