Porque você escreve tão bem...

>> 30 de nov. de 2008


Era preciso lançar mão de tudo. Tudo, tudo o que fosse acessível, necessário. Urgente! Quando se trata de sobreviver, insistir no seu lugar, defender sua existência discutindo com o sol... vale tudo! Então, por que não o óbvio, seu ponto forte... seu trunfo?


Soltou então suas palavras apaixonadas por sua própria recuperação, seu sonho de se ver inteira novamente. Desejando ser tudo o que era e ainda assim estar cercada de prêmios.


Aquele calor colorido que encheu seus olhos não trouxe só lágrimas, veio com uma certeza. Havia um perfume sedutor no ar, reforçando misticamente essa sensação. As folhas e as flores de diferentes tons, embaladas pela brisa doce da estação só confirmavam tudo isso.


Com o céu de um azul quase inexistente a mente foi longe... e levou a alma junto. Ou foi justo o contrário? Os olhos embaçados não a deixaram perceber.


Era difícil saber ao certo o tamanho do golpe, a profundidade do poço e a indiferença feroz do carrasco contrastanto, assim, com a presença simbólica de uma esperança verde clarinha.


O preço do abraço suave que o vento deu, o custo final dessa emoção gaseificada apertando o peito não se sabia ao certo medir. Mas ela era nutrida por paisagens avassaladoramente naturais, simples e harmônicas. E isso era facilmente mensuravel... claro, não nesse plano raso onde dois mais dois nunca foge de quatro (jura?). Era assunto prá outra dimensão de pensamentos, gente: um mundo exclusivo de sentimentos. Canalizar essa explosão de energia pura e linda para reverter aquele quadro amarelado (seiram cupins as marcas na moldura?). Essa seria a recompensa. Era para isso que respirava... para viver precisava disto.


Ah, e a música! A catalisadora de energias mais eficaz do universo. Da essência mais crua de um coração nasce um movimento parido pela magia da música. Poder inigualável, indescritível! Também ela estava ao seu lado, fazendo par com a exuberância da natureza que, a cada minúscula representação, a cercava com sua torcida descarada pela vida.


A medida que você se dá é aquela em que você não mais se encontra. Encontra não. Saiu de você, foi embora. Só você sabe o quanto vale. Só você percebeu que não valeu a pena.


1 comentários:

Aline Christall 9 de dezembro de 2008 às 06:51  

"Da essência mais crua de um coração nasce um movimento parido pela magia da música. Poder inigualável, indescritível!"

Porque você escreve tão bem???