Amigos

>> 2 de nov. de 2011


Amigos de noitada, de pura inconsequência.

Amigos de leito de hospital, vigilantes pela vida.

Amigos do dinheiro emprestado. Do colchonete na sala.

Amigos de boteco, do chopp doendo a testa. Amigos do vinho chileno.

Amigos do pastel e do sol no parque. Amigos pelas estradas afora.

Amigos do quarto bagunçado e até da sedução.

Amigos de poderosas orações.

Amigos do choro cortado, do peito aflito... e da cama dividida.

Amigos do porre de Salton e de outros ainda mais equivocados.

Amigos do peso nas costas, das malas cheias e do destino incerto.

Amigos que queriam ser mais, amigos que acabarem sendo menos.

Amigos das confidências mais incômodas.

Amigos, falsos amigos.

Amigos da arte. Do peito. Prá vida toda.

Amigos do beijo na boca. Amigos do abraço chorado.

Amigos do almoço dividido, das tardes musicais.

Amigos da roupa emprestada no inusitado café da manhã.

Amigos da janta paga, do restaurante fino e da carrocinha de churros.

Amigos que não identifico.

Amigos que não me olham.

Amigos que soltei as mãos e que perdi no caminho.

Uns nasceram comigo. Outros morreram e não vi.

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