Sentido
>> 17 de jun. de 2011
Quando paramos um pouco e esticamos o olhar nos sujeitamos a surpresas, decepções e encantamentos.
A miséria do vizinho nos envergonha, exibe desavergonhadamente nossos problemas ridículos.
Nossa roupa sem marca ou um pouco justa demais simplesmente desaparece nos membros decepados dos que definham nas filas dos hospitais.
Aquela compra que precisamos taaanto fazer constrange nosso discernimento diante dos que catam comida no lixo.
O amor que desprezaram em nós e que nos lança num abismo de lágrimas sem fim é duramente esbofeteado quando enxergamos milhares de mortes gratuitas, por ciúme... engatilhadas por bebida, drogas, orgulho.
Nossa vida vale tanto quanto a careta feia dos pobres fedorentos. Depende de quem olha.
Vai depender muito de como olhamos.
A lua é um bola de luz na escuridão do céu. Ou o céu tem um ponto de luz?
Se fechar os olhos periga ficar sem nada. Se virar a cara pode perder o caminho.
É preciso ver. Para crer. Para sentir. Para fazer sentido.
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